LUTO!!!!!
Sinto-me cada vez menor... tão inútil, insignificante!
Quando escrevi o Post "Amor à Vida!" tinha acabado de conhecer uma pessoa MARAVILHOSA. Na verdade ela não é só uma pessoa, ela é uma MÃE perfeita, daquelas que a gente sempre quer ser igualzinha! A Renata, mãe do Vinícius e do Gabriel (que logo chega) é a Dona do blog "Marinheira e seus Meninos" (http://www.marinheira.blogger.com.br/). Foi neste blog que me prdia horas e horas a fio a espera de notícias de um garotinha que eu nem conhecia, mas estava acompanhando com muita esperança sua história. Como é a vida, ele TINHA apenas dois anos e já tinha uma história!!!! E nessa história o protagonista não era ele. Era sua mãe, a Re!!!! Mulher forte, de garra... um otimismo que me fazia acordar todo dia sorrindo e pensando "Ela tem tantos problemas e é tão alegre, porque eu seria diferente!".
Essa família mexeu com a minha família... A Re e o Júnior sempre tão unidos e preocupados. Cuidavam de outras pessoas que precisavam de ajuda. Nossa... isso mexia comigo todos os momentos. De uns dias para cá, não passava um momento em que eu não pensasse na força deles!
Não sou católica e, se fosse, talvez hoje deixasse de ser. Não tenho uma religião (sou bióloga evolucionista, cética) mas acredito que existe uma força, algo muito maior que tem uma grande influência em nossa vida! Foi nessa "coisa maior" que me peguei como nunca para mandar vibrações positivas para essa família... e como me peguei. Pedi para todos que acreditavam em alguma religião que mandassem suas vibrações para o Vini, ele era pequeno mas tinha uma energia. Vou até colar um tópico de um dos primeiros Posts da Re antes de descobria a Leucemia:
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[Sexta-feira, Janeiro 19, 2007]
IMPRESSIONADA
A noite foi agitada aqui em casa. O Vini teve um febrão que chegou a 39,8ºC e, ainda assim, resistiu aos remédios que a gente vem alternando, tentando combater a febre. Até agora ele não vomitou, mas, em compensação, tem reclamado horrores de uma dor na garganta. O mais estranho é que os médicos até agora não viram nenhuma alteração na gargantinha da guri. De onde vem esta febre? Até agora, todos estão trabalhando com hipóteses mas ninguém parte para um exame mais detalhado. Sabe aquele basicão arroz com feijão? É chegar no médico, medir a temperatura, ver o ouvido, a garganta, auscultar o coração e o pulmão e encostar o queixo no peito. O que se ouve é a mesma coisa: mãezinha pode ser uma gastroenterite ou uma virose. Ok, ok, mas e a febre? Vem de onde? Febre não é uma reação à infecção? Existe gastroenterite sem vômito? Existe virose-gripe seja lá o que for sem espirro, tosse e/ou nariz escorrendo? Poxa, não sou médica (apesar de ter passado no vestibular), sou bióloga (e cursei a metade das disciplinas do curso de medicina), tive a oportunidade de estudar tantos casos complicados, de coisas estranhas que vocês nem imaginam...Sempre gostei de ler a respeito e, até hoje, consulto meus livros de fisiologia médica, histologia/anatomia, imunologia, patologia, bioquímica, enfim, talvez por gostar muito do assunto, eu sempre acho que pode ter um algo mais. Não sossego enquanto alguém não me diz com todas as letras (e me conveça) o que é. Então, já viu, mil minhoquinhas me atormentam...e, não sei pq, eu sempre acho que as coisas têm algum motivo para acontecer. Por exemplo, no dia que o Jú passou mal e quase morreu, eu estava a uns 350 km de casa. Bateu uma coisa estranha, tipo um pensamento lá longe dizendo que era para voltar para casa. Já passava das 7 da noite e eu peguei o carro e voltei p/ casa. Deu o que deu...se eu não estivesse lá, naquele momento, provavelmente a minha história seria outra. E várias outras vezes tive essa sensação...inclusive agora na gravidez do Gabriel. Primeiro achava que tinha algo errado, uma sensação ruim, depois passei a ver a gravidez como o motivo para alguma coisa. Não é a toa que este anjinho está aqui. E essa madrugada aconteceu uma coisa que me deixou impressionada e que se repetiu agora, logo depois que eu cheguei do laboratório onde fui fazer a curva glicêmica. Eu ando muito apegada ao Vini e ele a mim, então pode ser fantasia minha, mas mesmo assim, até o Jú e a minha mãe se emocionaram. Deveria ser umas 3 da manhã e o Vini estava no auge da sua febre. Mesmo assim ele estava quietinho, encolhidinho na cama. Tentei dar o antitérmico com ele dormindo, mas, apesar do cuidado ele acordou. Gente, eu juro, ele me abriu um sorrisinho lindo e me pediu um beijo. Dei uma bitoquinha e ele virou para o Jú e falou: - Papai, eu hoje ganhei um presente. Eu pensei que ele estivesse falando da lancheira do "Carros" que eu comprei para ele ontem... O Júnior respondeu que sabia que a mamãe tinha comprado a lancheira. Aí ele falou: - Não, papai, não foi a mamãe não. E logo perguntou: - Cadê o papai do céu? Gente, eu tremi nas bases... - Papai, foi o papai do céu que me trouxe um presente. O Júnior insistiu e perguntou se o papai do céu tinha trazido a tal lancheira. Para a nossa surpresa, ele respondeu. - Não "papaieeee" (impaciente...rs), ele deu o "Gabiel" de presente "pá eu". E logo em seguida virou para o canto e dormiu. O Jú ficou caladão, quieto e eu fiquei pensativa...não consegui pregar o olho até que deu o horário do meu exame. Fui ao laboratório, fiquei mais de 2 horas por lá e quando voltei, o Vini estava acordado, mas deitadinho em sua cama e minha mãe e o Jú em volta. A febre estava alta (39,5ºC) e, mesmo assim, quando ele me viu, abriu aquele sorrisão lindo. Fui logo perguntando como ele estava e minha mãe falou que ele toda hora perguntava por mim. - Ei, meu filho, como vc está? Vc está quentinho outra vez, meu amor? Ele, parecendo um adulto, respondeu: - Mamãe "tô" bem..."tô peocupado" com você. Mamãe, não chora! O papai do céu trouxe o "Gabiel pá eu". Não chora, "tá"? Eu saí de perto, assim como o Jú e a mamãe. Todos se emocionaram e, cá estou, tentando acreditar no que ele está tentando me dizer. Um beijo Rê Enviado por Rê * 09:58"
Essa era a energia que o garoto tinha... ele "sentiu" algo diferente... só tiha 2 anos!
Bem, hoje, às 10:20h ele faleceu. A esperança de todos que acompanharam o caso da Re era que as células do cordão umbilical do Gabriel (bebê que a Re está esperando) salvassem a vida do Vini. Mas não deu tempo...
Por isso pergunto: Que Deus é esse que tira a vida de um Bebê?
Que deus é esse que tendo a possibilidade de salvar a vida dele, de dar alegria para a família tirou ele da mãe e do pai? Eles deram a vida pelo Vini, passavam horas do dia no hospital dando amor e carinho para ele. Ele deve ter sofrido muito lá, mas tenho certeza que amor e carinha não lhe faltaram. a Re sempre dizia: "Vou ficar em casa a tarde para ir dar um beijo de boa noite no meu menino, não consigo dormir sem dar um beijinho nele!". Que Deus é esse??????
Bem... estou arrasada.
Re, força, muita força porque o Biel precisa!
Beijos
Lu
Um comentário:
Lu, assim como vc eu estou muita sentida. Muito mesmo. Mas cada vez que vou lá no blog da Rê me impressiono com a força daquela mulher...
Um beijo, querida. Não dá para entender mesmo! Fique bem.
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