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quinta-feira, 12 de abril de 2007

Papa questiona teoria da evolução de Charles Darwin


Papa questiona teoria da evolução de Charles Darwin


Bento XVI diz que ciência não explica 'completamente' a teoria do biólogo britânico.
Declarações foram publicadas em livro na Alemanha e divulgadas hoje ao público.

O Papa Bento XVI afirmou que a teoria da evolução de Charles Darwin não pode ser provada completamente porque as mutações ao longo de centenas de milhares de anos não podem ser reproduzidas em laboratório.

O britânico Charles Darwin (1809-1882) foi um dos primeiros biólogos a debater a evolução das espécies na Terra. Ele criou a teoria da evolução, também denominada de evolucionismo, na qual afirma que as espécies animais e vegetais do planeta não são imutáveis.

Esta foi a primeira vez, desde que assumiu o cargo de Sumo Pontífice, em 19 de abril de 2005, que ele elaborou suas visões sobre a evolução.

O Papa elogiou o progresso científico e não endossou as visões daquilo que ele chamou de "design inteligente" sobre a origem da vida. As declarações foram publicadas nesta quarta-feira (11) na Alemanha, no livro "Schoepfung und Evolution" (“Criação e Evolução”).

O "design inteligente" argumenta que algumas formas de vida são complexas demais para terem evoluído somente pelo processo de seleção natural, como Darwin propôs em seu livro de 1859 "A Origem das Espécies". A teoria afirma que uma inteligência maior deve ter feito isso, mas não a menciona como Deus.

"O processo em si é racional, apesar dos erros e da confusão quando passa por um corredor estreito, escolhendo algumas poucas mutações positivas e usando baixa probabilidade", diz Bento XVI.

"Isso... inevitavelmente leva à questão que vai além da ciência... de onde vem esta racionalidade?", pergunta. Em resposta à própria questão, ele afirma que vem da "razão de criação" de Deus.

No livro, Bento XVI defende o que ficou conhecido como "evolução teísta", a visão das igrejas Católica Romana, Ortodoxa e Protestante de que Deus criou a vida através da evolução e que religião e ciência não precisam confrontar-se por isso.

Ele argumenta que a evolução tem uma racionalidade que a teoria de seleção puramente aleatória não consegue explicar.

Estes argumentos, propostos principalmente por protestantes conservadores e derivados de cientistas, provocam batalhas sobre o ensino da evolução nos Estados Unidos. Alguns cristãos europeus e turcos muçulmanos reproduziram recentemente estas visões.

"A ciência abriu grandes dimensões da razão...e por isso nos trouxe novas percepções", disse o Papa, ex-professor de teologia, em um seminário fechado com seus antigos estudantes de doutorado em setembro, documentado pelo livro.

"Mas na alegria com a amplitude de suas descobertas, tende a nos afastar das dimensões da causa que ainda precisamos. Seus resultados levam a questões que vão além de suas regras de método e não podem ser respondidas dentro dele", disse.

"O tema está retomando uma dimensão de causa que perdemos", afirmou, acrescentando que o debate da evolução trata na verdade "das grandes questões fundamentais da filosofia - de onde vieram o homem e o mundo e para onde estão indo."

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