LuIvanike

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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Política social???????

Hoje escreverei mais um post revoltado. Revoltado com a política das cotas; revoltado com a política do pão e circo; revoltado com o bolsa escola; revoltado com o bolsa famíilia; revoltado com todas as palhaçadas criadas para mascarar a realidade em que vivemos.
Ontem, terça-feira, dia 03 de junho, um dia dpois do meu aniversário, a Daniela tinha pediatra marcado para as 11:30am. Acordamos cedo, tomamos café, brincamos, arrumamos os brinquedos e saímos. Pegamos o ônibus e ela dormiu no caminho (ela sempre dorme no caminho do médico). Desci do ônibus no bairro Batel (quem conhece Curitiba sabe que é um bairro nobre, com casas imensas e clínicas de estética fenomenais, todas parecendo um forte de tantos seguranças que as rodeiam). Estava à duas quadras da clíinica onde iríamos, cumprimentei o segurança que estava na esquina com a Daniela dormindo no meu onbro. Quando cheguei na metade da quadra senti um cutucão nas costas:
- Olha pra frente, Tia!
Levei um susto. Uma mulher veio até a minha frente e disse:
- Me dá cinquenta centavos, Tia. E fica de boa!
Abri a bola e fui pegar os cinquenta centavos que ela "pediu".
- Me dá a carteira, anda!
Mantive a calma e respondi:
- Moça, eu te dou todo o dinheiro, mas deixe a carteira. Minha filha está doente, tem médico agora e eu preciso dos documentos.
- Me dá o dinheiro.
Tomou a carteira da minha mão e levou R$70,00 que eu tinha pego para comprar remédios para a Daniela, almoçar e pegar ônibus de volta. Jogou a carteira em mim . O cara que estava com alguma coisa me cuticando pelas costas disse:
- Vai andando e não olha para trás. Anda!
E eu fui. Impotente. Fui andando até a esquina. Quando olhei para trás eles não estavam mais. Mais o segurança que me cunprimentou, estava lá. De sentinela, no mesmo luigar por onde os assaltantes vieram e depois voltaram.
Não. Ele não fez nada. A moça com seu cachorrinho na rua também não!
PArei na mureta da loja da esquina e desmontei. Não sentia meu corpo. Não sentia minhas mãos que seguravam minha filha. Estávamos bem. Ela dormia, não viu nada. Mas eu senti todos os medos que poderia sentir na vida. Foram minutos, muito rápido. Mas pensei tanta coisa que pareceram horas.
-"Se eu disser que não tenho dinheiro, eles podem me machucar, ou a Daniela."
-"se eu fugir e ele estiver armado, pode atirar e nos machucar."

Estava impotente, com a vida da minha filha em risco. Liguei para o meu pai, e mal conseguia falar. "Fui assaltada", "Na Clinikids", "Não sei"... E ele chegou para me acudir. Chorei muito, de raiva, de medo, de susto, de tristeza.
Trabalho tanto. Meu marido trabalha tanto. Faço de tudo para proteger minha filha, e dois vagabundos roubam o dinheiro dos remédios dela para cheirar cola, fumar maconha...
Estamos bem. Poderíamos não estar. Fomos ameaçadas, e não existe desrespeito maior que esse. Fui tocada por dois sujos, nojentos. Ainda me sinto suja, invadida.

Mas e agora? Somos apenas mais um número na estatística de roubos à mão armada em Curitiba. Era manhã, pessoas na rua.
Esses vagabundos não se intimidam mais? Eles não temem a justiça?
NÃO! porque não existe mais justiça. O que eu, uma mulher de 1,54m com um bebê dormindo no colo poderia fazer? Presa fácil!
O que as autoridades fazem? Nada. Seriam mais dois que iriam até a DP, tomar um banho, almçar e coltar para as ruas, fazer mais vítimas, intimidar mais pessoas.
No filme "O Proço da Coragem", Angelina Jolie interpreta uma reporter, esposa de um reporter sequestrado pelos terroristas no Afeganistão. No final ela diz: "Eles querem nos aterrorizar, mas eu não estou aterrorizada!"
EU ESTOU! Não consigo andar na rua sem olhar para todos os lados. Tenho a sensação de que a qualquer momento alguém vai chegar por trás e puxar minha bolsa, me machucar, machucar minha filha, meu marido!
Que mundo é esse?
Quero que esses dois que ameaçaram minha vida e da minha filha ontem, sejam atropelados pelo expresso, tenham uma morte dolorosa e lenta. Tão dolorosa quanto a dor que sinto pelo que passei, tão lenta quanto os minutos em que estive sob a mira de alguma arma.
E espero que aquele segurança nunca veja a família passar pelo que passei.

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