LuIvanike

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Mamãe, xixi banheio!

Há cerca de duas semanas, eu e meu marido desfraldamos nossa filha. Aconteceu na época em que ela completou dois anos e nove meses. Em novembro de 2008 a levamos à pediatra para uma consulta de rotina (consulta que seria a primeira e última com aquela senhora) e fui  questionada do “por quê dela ainda usar fraldas”. “Ué, simplesmente porque ela ainda não está preparada para sair delas!” – esta foi minha resposta. Prontamente, a médica fez um discurso clichê “Claro que está, a partir de um ano e oito meses a criança já tem total controle do esfíncter e deve exercitá-lo, e blá blá bla...”.

Para ilustrar meu pensamento sobre o desfralde (e muitas outras etapas da vida da criança) farei uma comparação:

- Colocaremos a médica que fez o tal discurso para defender uma causa jurídica que envolverá roubo, estelionato, estupro seguido de assassinato. Ela, provavelmente, ficará tão nervosa que perderá o controle do próprio esfíncter. Sim, porque ela passou cinco anos decorando livros de medicina tradicional e não de direito. Ou seja, ela não teve um tempo para aprender o que um advogado tiraria de letra.

A situação da criança ao ser desfraldada é a mesma. Vamos extrapolar nossa especulação para a gestação. A criança estava no útero por nove meses, quentinha, segura, recebendo oxigênio e nutrientes da mãe. De repente, ele sai de lá e precisa aprender a enxergar a luz; precisa aprender  a comer; precisa aprender a urinar e defecar... Algumas crianças atingem estes aprendizados antes, outras depois. O fato é que todas o atingem, cada uma ao seu tempo.

Com o desfralde também é assim. A criança precisa aprender a reconhecer a vontade de fazer xixi ou cocô, para só então começar a pedir na hora certa para ir ao banheiro. E repito, cada uma tem seu tempo. Aqui em casa, levamos Três meses para conseguir o desfralde diurno. Algumas mães relatam que seus filhos já no primeiro dia já pedia na hora certa. Estas tiveram sorte!

E chegamos a mais um ponto importante do desfralde (e que a médica do tal discurso não considerou): A MÃE!

Grosseiramente pensando, desfraldar significa “tirar a fralda”. Sentimentalmente falando (e é esta forma que segui), desfraldar significa “tirar a fralda com amor e sem traumas”. E, acredito que a maioria das mães optará pela segunda definição.

Conversando com minha cunhada (que está grávida de uma menina) mencionei que naquele momento me sentia preparada para iniciar o desfralde. A interrogação no rosto de todos foi perceptível. Quem deveria estar preparada não era minha filha? Então justifiquei: Para tirar a fralda é preciso muita paciência.

Lavei dúzias de calcinhas e calças, incontáveis acidentes no carpete, muitas almofadas de sofá e a cada 15 minutos corria para o banheiro para ver se saia alguma coisa. Saia só depois que estávamos na sala. Eu fazia tudo isso sempre mantendo a calma e explicando que o lugar certo para isso era o banheiro. Nos dias em que me sentia mal, impaciente, irritada, colocava fralda para não brigar quando os acidentes acontecessem. E assim fomos durante 3 meses, até que um dia ouvi “Mamãe, xixi banheio!” e a calça ainda estava seca. Foi dia 03 de janeiro de 2009, às 16h. O pai a levou ao banheiro, ela sentou no peixe (o redutor de assento dela tem motivos marinhos) e falou “icute, Pai” e o Pai ouviu. Ela tinha feito seu primeiro xixi no banheiro!

Claro que utilizamos muita pedagogia. Comprei calcinhas das Princesas e dizia para ela que as Princesas estavam todas molhadas de xixi no varal, muito tristes porque ela não tinha pedido antes. E funcionou, porque até hoje ela fala do xixi nas Princesas!

Enfim, o desfralde foi até divertido e, com ele, percebi o quanto posso ser uma ótima mãe, paciente e amorosa. Minha filha agradece esse meu amadurecimento! Além dos conselhos tradicionais (espere seu filho falar, espere se incomodar com a fralda) criei meus próprios métodos! Espere que você, mãe, esteja pronta para essa nova fase, trabalhosa mas gratificante!

 

3 comentários:

Renata disse...

Lu, o problema é que muitas pessoas - e muitos médicos insensíveis - tratam a saúde das pessoas em geral e as crianças com base em números e estatísticas. Daí a adificuldades que enfrentamos hoje para parir pela via normal. Pq, entre outras coisas, nenhum médico deixa a gestação passar de 40 semanas. Enfim, a verdade é que devemos aprender a achar um equilibrio entre nossa cnfiança nos médicos e a confiança no nosso próprio taco, com base no conhecimento de nossos filhos, que são únicos.
parabéns pela conquista da Dani e pela segurança e bom senso que vc teve em possibilitar que o processo dela fluísse tranquilamente.
beijo
Re

Bárbara Pata disse...

eu sempre tive este pensamento Lu, cada criança tem seu tempo pra tudo.
A Beatriz tem 2 anos e estamos a 5 meses tentando tirar a fralda diurna, ela progride pede pra fazer o coco, mas o xixi ela tem feito nas calças, no chão, sofá, etc etc.
Estive desanimada, mas é preciso paciência né. Pra dormir a tarde eu coloco a fralda, pq senão ela acorda fazendo xixi e chorando... Não sei se estou fazendo o correto, mas vou continuar tentando e pedindo a Deus muita paciência e jeito de falar.

Eu tive contato com uma odonto pediatra bem grossa tb, to perdida sem saber o o que fazer, com medo de encontrar outra igual ou pior e assim a beatriz já ficou traumatizada com a palavra dentista... é complicado.

Anônimo disse...

Que lindo! Bjs Jul