LuIvanike

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quarta-feira, 30 de abril de 2008

TUDO BEM SER DIFERENTE...


Hoje não postarei nenhuma receita. Acho que esse é um tema muito interessante e pelo qual temos passado. DIFERENÇA!
Na segunda tivémos consulta com o oftalmologista da DAniela e ela voltou a usar tampão no olho. Quando fui à farmácia comprar achei uma caixinha com tampóes coloridos. CAda dia ela pode usar uma cor diferente.
Bem, ontem ela começou na nova escolinha e o resultado foi:
- "Tio (para o Daniel, ela machucou o olho? Por que ela usa iso?"
Foi a pergunta de uma garotinha inocente, mas que nos deixou apreensivos.
Quando a DAniela era bebê, durante minhas jornadas às livrarias, comprei para ela um livro chamado "Tudo bem ser diferente" de Todd Parr. É um livro que aborda de forma colorida, muito ilustrada e didática vários tipos de diferenças, desde não ter cabelos até ter muito cabelo. Desde ter mães e pais diferentes a andar em cadeira de rodas (que ele aborda como "Tudo bem ter rodinhas").
E, pela primeira vez, senti que minha filha estava sendo olhada como uma criança diferente, mas em um sentido ruim. Todos na rua desviavam o olhar dela, como se o tampão fosse algo grotesco de ser olhado. Ela te apenas um desvio no olho, e o tampão é para prevenir um futuro estrabismo. Ela está usando para prevenir um problema mais grave que possa vir a ocorrer.
Não entendo o porquê de olharem para ela com pena e ainda saírem falando "Coitadinha!".
Coitadinhos são aquelas crianças que não têm condições de serem tratadas, que crescem com olhos estrábicos por não poderem comprar tampões ( que não são muito baratos) ou por não terem tido condições de consultar bons médicos.
Como podem perceber, me incomoda que tenham pena da minha filha. Pena é um sentimento muito triste e preocupante . Ela não fica incomodada com o tampão, é como se não tivesse nada no olho. Ela diz que é uma TAtoo colada. Tenho medo que ela se sinta diferente por usar tampão.
É por pouco tempo.
O que me deixou feliz foi ver que os coleguinhas de turma dela não deram muita importância para isso, buscaram brinquedos para ela, conversaram... Era como se eles sempre vissem crianças com tampão!
Talvez seja uma reação de mãe coruja, mas talvez devessêmos repensar nossos conceitos sobre pena e discriminação.
Beijokas e um ótimo feriado!

2 comentários:

samegui disse...

Lu, Giorgio tem este livrinho do Todd. Acho uma graça a idéia deste desenho, apesar de não ser assistido aqui em casa.
Nesta semana eu escrevi sobre as diferenças e o livre-arbítrio no blog, Enzo me deu uma lição. Adoro quando isso acontece! Acredito que a piedade das pessoas com os problemas de saúde dos pequenos seja falta de informação e, que me perdoem as vizinhas, mas falta do que fazer e falar também. Coisa "da boca prá fora". Enfim, deixe entrar por um ouvido e sair por outro.
Vários colegas do Giorgio usam tampões e eles se sentem muito bem no meio do grupo, os amigos são muito solidários e naturais.
Beijos e bom final de semana.

Ana Laura disse...

Amiga, em se tratando de lidar com as diferenças, vc sabe que sofro isso na pele e assim como vc, não gosto nenhum pouco quando alguém olha para Davi de um jeito diferente. Me sinto realmente muito mal. Talvez nem façam por mal, mas eu não me sinto bem. Afinal, ele nasceu apenas com uma má formação física, perfeitamente corrigível. Não entendo pq o espanto ou certos questionamentos. Talvez seja ignorância de quem enxerga o seu semelhante de maneira diferente. Mas, o importante é podermos proporcionar melhor qualidade de vida para nossos filhos e fazê-los mais felizes. Beijos!