Onde vai parar a educação neste país?
Ai, que saudades deste cantinho... Escrevo em casa e assim que consigo acessar a net posto. Desculpem, mas na postagem anterior as fotos da Daniela não apareceram. Ainda não descobri o que aconteceu... Hoje meu post será longo, fui tomada por uma inspiração súbita e, como já devem ter percebido, escrevo melhor quando sou tomada pela indignação... Quinta e sexta-feira (dias 18 e 19/10) tive curso de atualização pedagógica. Às vezes o Senhor Roberto Requião faz alguma coisa legal! Bem, começarei do começo para ficar bem contadinho... No início do ano letivo, os alunos receberam um livro "didático" que deveria ter umas 150 páginas (no máximo). O livro é muito fraco em conteúdos e imagens, além de não conter nem 1/3 do conteúdo estudado em biologia no Ensino Médio. Bem, por esta razão, nenhum professor fez uso o livro fornecido e utilizamos livros didáticos mais tradicionais. Este curso teve por objetivo esclarecer o porquê do livro do Estado ser tão FRACO. E por esta razão estou aqui, acometida por uma fúria que insiste em permanecer em meu coração. Pelo que explicaram, o livro é um apoio (até aí tudo bem, pois para preparar minhas aulas utilizo três títulos como apoio – e entre eles o do Estado não está) e contém apenas assuntos relacionados à realidade dos alunos... PQP! A minha escola tem uma "clientela" de classe média (alguns poucos são de classe baixa) porém, o conhecimento fora de sala de aula é MP3, maconha, cigarro, tubão, festa no galpão... Como trabalhar a realidade do aluno. Outra justificativa para a má qualidade do livro é que temos que preparar nossos alunos para a VIDA e que neste contexto o professor deve determinar o que é ou não pertinente para ser trabalhado em sala de aula (sempre tendo em vista a realidade do aluno). Ou seja, vamos soltar no mundo quantos mil ignorantes por ano. Na minha visão, o aluno deve SIM ser preparado para a vida, mas com foco no futuro do aluno. Como um aluno de escola estadual poderá concorrer a um vestibular, se no livro do Estado não encontramos o básico de genética (cruzamentos – Aa x Aa, por exemplo) e no vestibular da UFPR encontramos no mínimo 2 questões deste assunto? O que me chateia é a máscara que fazem na educação... E minha revolta foi tamanha que cheguei a falar para as oficineiras que nunca colocarei minha filha em escola do Estado! Mas isso é repudiante, visto que sou uma educadora desta instituição... Me considero uma ótima professora. Sou amiga dos alunos (amiga sim, conversamos em sala, nos corredores, no MSN, Orkut...) e eles me respeitam por considerá-los PESSOAS, não números (tenho 160 alunos, dos quais sei os nomes, pois só os trato pelos nomes). No mínimo uma vez ao mês levo artigos de revistas que abordam temas polêmicos para discutirmos em sala de aula (acho muito importante desenvolver o senso crítico neles, pois eles não têm este estímulo em casa), minhas aulas são dinâmicas e exijo muito deles. E, modéstia parte, eles me adoram (é só ver os depoimentos e recadinhos no Orkut)! Eles me respeitam e me admiram por perceberem o quanto me preocupo com o aprendizado deles, com a vida deles (ligo para alunos com problemas – um perdeu a avó e eu liguei para prestar solidariedade e exigi em sala que os colegas fizessem o mesmo, outro está com queimaduras no corpo todo e também fiz minha parte ligando para saber como ele estava) sem deixar de lado o conteúdo teórico. E essas pessoas que nunca entraram em uma sala de aula vêm querer nos ensinar como lidar com os alunos. Aplicar uma pedagogia falha. Não sei mais o que pensar, e ontem cheguei a odiar Paulo Freire sem nem conhecer... HAHAHHAHHAHAHAHAHHA Por isso, selecionarei alguns artigos relacionados à educação e postarei para quem interessar! Beijos
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