Incrível...

Nossa... acabei de sentir uma necessidade quase fisiológica de vir aqui postar!

A Daniela está muito indisposta. Coloquei ela para dormir às 21h... desde então ela tem acordado a cada 15 minutos (sendo otimista)... Ela não pára de tossir, e agora a pouco acordou num griteiro. Fiquei assustada, ela não chora assim. Ainda não era hora, mas preparei uma mamadeira e ela tomou e dormiu. O tempo de preparo de uma mamadeira é de, em média, 2 minutos. Ela chorou desesperadamente durante esses 2 minutos. Ai... que desespero! Queria ter um botão de desligar o ouvido. Ou um filtro para ouvir só o BIP do microondas! Como dói não conseguir fazer nossos pimpolhos ficarem bonzinhos em um segundo! Podia existir um mecanismo que fizesse a dor passar para a mãe, assim o bebê não sofreria de cólias e nada! Quando estava dando mamadeira ela ficou olhando nos meus olhos... muito fundo! Fiquei com os olhos marejados e disse que a amava muito e beijei sua mãozinha. Ela fechou os olhinhos e continuou mamando. Parece que ela se sentiu tão confortada com aquele beijinho!

Foi aí que precisei vir escrever! Por um segundo meu último ano passou na minha vista. Nossa... quando chegamos da maternidade ela estava dormindo e fomos direto assistir o DVD do parto. Foi tão especial... chorei tanto. No momento em que ela nasceu fiquei meio abobada. Não parecia verdade. Senti um nó na garganta... uma lágrima correu dos meus olhos. Uma lágrima! Na segunda-feira, quando íamos receber alta, foi constatado que ela estava com Icterícia de fator Rh, ou sanguínea. Bem, na hora do teste do pézinho (que foi um sofrimento para mim, pois a Dani berrava de dor e se grudava no meu pescoço) a pediatra, sem noção, ficou falando do probleminha dela, que se não abaixasse a taxa de BB iriam fazer transfusão sanguínea nela. Meu mundo cai pela primeira vez na vida! E eu que achava que brigar com o namorado na adolescencia era motivo para querer morrer!

OK... minha primeira provação como Mãe. Na quarta-feira, foi contatado um sopro no coraçãozinho da minha pequena. Mais uma vez, me senti sem chão. "Por que com ela? O que eu fiz de errado?" Nahora que recebi a notícia da pediatra sem noção o Daniel ligou para saber se eu precisava de alguma coisa. "Venha correndo, a Dani tem sopro no coração!" Tadinho... choramos juntos. Que vontade de colocar a DAni dentro da minha barriga denovo e deixar ela lá, quentinha, protegidinha! Exames feitos, nada grave... era só fazer o acompanhamento. Na sexta-feira voltamos para nossa casinha. Apresentamos o quartinho da Dani e ficamos juntinhos, ali no sofá, pensando nossa vida! Não lembro muito desse dia... estava com os pés muito inchados (no hospital eu fiquei todas as noites em pé com medo que ela tirasse os óculos de proteção), ganhei uma massagem do Dani com gel de calêndula e lembro nitidamente de uma frase que o Dani disse: "Agora parece que a casa está completa!"... Realmente, estava! Meus pais vieram... sempre muito prestativos! Trouxeram uma super compra para a lactante (bolachinhas de água e sal, bolachinhas Maria, uma panelada de canja deliciosa da mamãe... muitas coisas boas!). Meu pai pegou a Dani no colo depois que eu amamentei , levou ela em cada cômodo (até no banheiro) e disse para ela "Gostou da casinha que o papai e a mamãe prepararam para você!" Disso eu não esqueço! Meu pai sempre se fez de durão, difícil... mas tem umas atitudes que me surpreendem! Quando ela estava fazendo o banho de luz, ele ia até o quarto do hospital e não conseguia olhar para ela sem chorar, então ia me dar um beijo, um beijinho na Dani e descia. Passava o dia todo lá embaixo só pra minha mãe fical lá me paparicando!

Neste segundo de flashback lembrei de cada sorriso da Dani, de cada vez que ela se aninhou em meu colo por conforto! De cada noite de cólica que chorávamos juntas e ela dormia abraçadinha com a bolsinha de água quentinha! Lembrei da primeira noite que ela dormiu no quartinho dela (não dormi nada de preocupada, e se eu não ouvisse ela me chamar?)... AHAHAH... o primeiro jogo do Brasil da vida dela (com direito a uniforme e tudo!)... tanta coisa.

Por um segundo mais uma lágrima rolou... de alegria! Como estou feliz com a minha filhota. Como, graças à Renata (mamãe do Vini) que me ensinou muitas coisas, eu aprendi a valorizar a vida que tenho. Me ensinou a enchergar minha filha, afinal ela também tem necessidades, só não sabe falar! Como estamos próximas, unidas... e hoje, depois do beijinho na mãozinha dela, percebi o quanto sou importante para ela. O quanto ela se sente protegida comigo! E senti que se eu continuar demonstrando diariamente meu amor por ela, ela nunca terá razões para se desviar do caminho do bem.

Chamei a atenção dela por desligar o botão do computador e ela resmungou "PAPAIÊ" e fez cai cai balão!!!!!! Como vou ficar brava assim... tive que sorrir!!!!

Mas essa era minha necessidade quase fisiológica... escrever como começou essa loucura na minha vida! Que delícia de loucura!!!!!