LuIvanike

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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O Aborto e a Igualdade


Hoje, resolvi atualizar minhas visitas a blogs que gosto muito de ler. E um deles é o <a href=http://www.sindromedeestocolmo.com/>Síndrome de Estocolmo</a>. A descrição deste blog é a seguinte: No dia 23 de Agosto de 1973, três mulheres e um homem ficaram seis dias reféns de bandidos, em um assalto a um banco de Estocolmo. Para a surpresa de todos, os reféns desenvolveram uma relação afetiva com os bandidos. Desde então, chama-se Síndrome de Estocolmo a essa dependência afetiva que se cria nos raptados pelos seus raptores. Essa descrição é ótima... Fui raptada pela minha filha e desenvolvi ima relação afetiva fantástica com ela.

Mas citei o blog porque a Denise Arcoverde
publicou um texto da VEJA desta semana de autoria de ANDRÉ PETRY que discorre sobre o aborto (situação de Elisabete que jogou a filha num córrego poluído). Reproduzirei o texto e deixo todos pensando sobre o assunto : Vale a pena proibir o aborto?


 

A pequena Michele, nome dado pelos funcionários da UTI neonatal, morreu na noite de quinta-feira. No domingo anterior, Michele foi encontrada boiando num poluído rio da região metropolitana de Belo Horizonte. Sua mãe, Elisabete Cordeiro, de 25 anos, não queria a filha. Aos quatro meses tentou abortar, mas não deu certo. Aos oito, tomou remédios abortivos, a criança nasceu com 37 semanas e a mãe jogou-a no ribeirão poluído nos fundos da casa. Na UTI, o bebê acabou morrendo com infecção generalizada e edema cerebral. A mãe está presa.

Infelizmente, Elisabete não é a primeira a jogar o filho fora. Infelizmente, não será a última. O caso recente mais conhecido, também ocorrido em BH, é o da vendedora Simone Cassiano, 29 anos. Em janeiro do ano passado, ela jogou a filha de 2meses na lagoa da Pampulha. A criança foi encontrada num saco plástico, boiando. Sobreviveu. Simone foi condenada a oito anos e quatro meses de prisão por tentativa de homicídio.

Com regularidade mensal surgem casos parecidos. Agora mesmo, no dia 19 de setembro, a faxineira Maria Zilda, 39 anos, abandonou seu bebê recém nascido numa mata em Camaragibe. O bebê foi encontrado com picadas de formigas e com dificuldade de respirar. Também sobreviveu.
O uqe há em cmomum com essas mães?
São todas mulheres humildes, pobres, moradoras do pedaço senzala do Brasil. Nenhuma é de classe média, classe alta. Por quê? Será que as brasileiras mais abastadas têm um instinto maternal naturalmente mais aguçado? Ou são educadas com mais zêlo para os rigores da maternidade? Será que só ficam grávidas quando querem? Será que entre elas os métodos contraceptivos são 100% eficazes, índice de suceso inédito inclusive na Suécia e Noruega?
A resposta é o aborto. As brasileiras mais abastadas, se não querem uma gravidez que não puderam evitar, dispõem de meios para abortar. Há clínicas clandestinas que fazem o serviço pelo Brasil inteiro. Mas cobram caro. Jamais uma brasileira abastada, sem outra opção que não o abosto, se vê levada à demência de jogar um bebê pela janela. Justamente porque o aborto se lhe apresenta como solução anterior a esse estágio de completo desespero e delírio.
Quem fica sujeito a não ter opção alguma, nem mesmo à do aborto, são essas mulheres pobres, que vivem na periferia da cidade e da vida, que não têm dentes nem futuro, que amam às pressas, que são elas próprias filhas de algum abandono - do parceiro, da família, do Estado. É por isso que legalizar o aborto, além de tudo, também é uma forma de tratar as brasileiras com algua igualdade.
Elisabete, que matou a filha, vai para a cadeia. Deve pegar mais que os oito anos de Simon, que jogou a filha na lagoa da Pampulha. É justo.Elisabete cometeu crime repulsivo. É assassinato. Vivendo a mesma asfixia infernal de Elisabete, tantas outras mulheres jogam seus filhos fora. É justo que, mesmo sendo pobres, tenham outra opção.
Como sempre, dois Brasis.

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Um comentário:

Ana Laura disse...

Amiga, eu não tenho uma opinião muito bem formada a respeito do aborto, às vezes sou contra, mas vendo casos como esses, fico meio balançada. O que eu acho, acima de qualquer coisa, é que deverão haver medidas para se combater esse tipo de comportamento dessas mães que fazem filho e jogam no lixo como se fossem papel de bala. Isso tem q ser mudado, com certeza. Beijos!